Colerinha

Autor: Aloisio Pacini Tostes


 

Coleiro 

Conhece-se, pelo menos, quatro formas diferentes: o coleiro de gola e do peito
branco, o Sporophila caerulescens caerulescens;  o cabeça preta do peito
amarelo, o Sporophila nigricollis nigricollis;  o de gola e do peito amarelo, o Sporophila caerulescens hellmayri.  Há ainda citações sobre o Sporophila ardesiaca e o Sporophila melanops, como Coleiro mineiro e Coleiro de Goiás, respectivamente. Sobre o cabeça preta do peito branco não há uma clara definição sobre o nome científico 
É preciso  mais clareza  dos técnicos e dos livros existentes sobre a questão para se ter a certeza sobre o nome correto.  É difícil, também,  é conhecer as fêmeas de cada um deles, são idênticas. O mais comum é  o de gola,  coleira e de peito branco, o de dupla coleira -  e é aquele que mais se cultiva, o espécie típica. Afirmam os mais entendidos que é o mais valente e cantador.  Conhecido também como: Coleirinha, Coleirinho,Papa-Capim, Coleira – Coleiro Laranjeira  e Papa-Arroz – é um pássaro de porte pequeno,  11 cm de comprimento, envergadura 17 cm, com  14 penas grandes em cada asa.
De cor preta chamuscada  na cabeça e costas; abdome branco ou amarelo; mosca branca nas asas; garganta preta em cima de  uma gola branca para ter  logo abaixo  uma   coleira  de um preto bastante intenso. Os olhos enegrecidos são circundados com pequenas penas claras, formando um gatinho.  Bico é delicado e  possui tons  amarelados, cor de laranja. Há um marcante dimorfismo sexual: a fêmea  tem a cor diferente do macho. Ela é parda, castanho claro, a mesma cor dos machos jovens que vão gradativamente se tornando pretos, e já procriam pardos com a idade de 7/8 meses.
Distribui-se por grande parte do  Brasil, especialmente o Centro-Sul e países limítrofes. Na natureza,  costuma procriar entre os meses de novembro e  março.
é uma ave muito apreciada por todos os segmentos de passarinheiros  e para vários objetivos, especialmente os torneios de canto. Preferem as beiradas de  matas, pomares, pastos, brejos, capoeiras e praças das cidades. É  um pássaro  territorialista, isto é, quando está chocando demarca uma área geográfica em torno do ninho onde o casal não admite a presença de outras aves da espécie. Canta muito e assim delimita seu território.
Quando não estão na época da reprodução, contudo, podem ser vistos em pequenos grupos junto com os filhotes. Estão sempre  à procura de alimentos, tipo semente de capim verde. Para isso, agarram-se aos finos talos dos cachos para poderem se alimentar; são especialistas nisso.  Embora  o braquiária,  seja um capim exótico,  apreciam muito sua semente e ele tem ajudado muito como alimento. Nos meses de julho e agosto costumam se juntar em grandes bandos, especialmente nos anos de seca prolongada. Nessas ocasiões,  o fogo costuma destruir os capinzais fazendo com que os nossos queridos pássaros  desesperados e famintos procurem os locais onde possam encontrar comida,  muitas vezes até no interior das cidades. Seu canto é simples, melodioso e a frase musical tem,  em geral,  poucas notas; entre cinco ou dez. Não repetem o canto, mas retomam muito rápido em alguns casos um a dois segundos de espaço entre um canto e outro.
Existe uma infinidade de dialetos; na verdade, cada ecossistema possui um próprio. Todavia,  há alguns que  são mais apreciados e cultivados pelos criadores. São eles: o tuí-tuí-zero-zero ou tuí-tuí-zel-zel (o mais comum); já nos cantos mais sofisticados, considerados clássicos,  o Coleiro  emite a terceira nota, assim: tuí-tuí-grom-grom-grom-ze-ze-zel-zel-zell ou tuí-tuí-tcho-tcho-tcho-tchá-tchá-tchaá e outras variações, para frases bem parecidas. Para o torneio de fibra é bom que seja um canto simplificado o famoso tui-tui que poucas notas marca 1 ponto na ficha de julgamento.  A diferença sobre a conceituação dos cantos está apenas no entendimento e na interpretação de segmentos de criadores nas nomenclaturas onomatopéicas ou na fonética  das notas.   Em ambientes domésticos a característica principal do Coleiro é gostar de passear e de ser submetido a muita lida, isto é,  quanto mais manuseado (mexido)  mais canta. E seu desempenho nos torneios de canto e fibra está em relação direta com a dedicação que seu dono lhe dispensa. Depende muito disso. É, todavia,  de fácil entrosamento e fica  muito manso com um pouco de carinho. Em suma, o Coleiro